Tempo




Ainda agora foi agora e o tempo já me percorre por dentro como a memória do que ainda não aconteceu.

Existo lentamente; experimento o prodigioso sentimento (azul) de ser o que já foi futuro antes de passar por mim.

Entro na carne do momento. Para que conste: nunca serei futuro sem memória.

O teu rosto é o tempo que me falta.

José António Franco
Coimbra, 7 de Julho de 2012